Gerir pessoas é desafiador!

Verdade. Só que se ainda assim você não gostar de gente piora muito! Não gostar não, não ter paciência, não esperar que elas absorvam uma informação no tempo delas, não achar que estão sendo preguiçosas, não exigir ou esperar que elas pensem como você, acreditar que elas vão adivinhar o que você quer e por aí vai.

Temos uma tendência natural de aceitar mais as diferenças de quem amamos: família, amigos e cônjuges.

E você deve estar pensando: ah, mas eu gosto de gente! Quero muito trabalhar com pessoas! Ok, mas ainda assim pode acreditar, é desafiador.

Explico.

Somos diferentes, pensamos diferente, temos valores diferentes, o que me motiva não te motiva, mesmo que eu e você sejamos parecidos, combinemos em quase tudo, tenhamos muitas coisas em comum. Posso ser do mesmo signo, do mesmo tipo comportamental, ter o mesmo modelo motivacional,  mas ainda assim pensar diferente e agir diferente (parecido claro!).

Colocamos na frente nossos valores, nossa cultura, nossas crenças e, quando cada um de nós faz o mesmo, as coisas se complicam porque tentamos defender nossos pontos de vista e nossas vontades.

Mas estamos falando de gestão, de ter que fazer as pessoas fazerem o que precisa ser feito então, existem 3 coisas que você precisa aprender sobre gente:

1) as pessoas não fazem as coisas por 3 motivos.

A) Porque não sabem: saber tem a ver com treiná-las e prepara-las para executarem uma tarefa.

Isso explica porque um treinamento “vai para a gaveta” em menos tempo do que seria necessário para o resultado aparecer. Não é porque treinamos uma pessoa que ela tem a obrigação de aprender imediatamente. Isso só faz com que deleguemos a ela a nossa responsabilidade. Treinar é oferecer o conhecimento, mas não necessariamente significa que desenvolvemos as pessoas. Elas vão passar essa fase dando adeus aos antigos modelos e vão  se sentir desconfortáveis, vão ter que sair da zona de conforto.

B) Porque não entenderam: depois que oferecemos conhecimento temos que ter a competência de saber se entendeu. Se consegue fazer o que queremos do jeito que queremos ou que a empresa precisa. Normalmente as pessoas até dizem que entenderam, mas falam isso para se ver livre de você! Precisamos ter certeza que elas desenvolveram as habilidades necessárias para executar uma tarefa ou função. Saber o que fazer com o conhecimento ou treinamento. Essa fase pode ser traduzida como um momento de confusão da pessoa. Não saber como fazer ou o que fazer com isso!

C) Não querem: depois do conhecimento e das habilidades, as pessoas são capazes de saber se esse novo conceito ou metodologia tem a ver com elas. Elas podem se sentir resistentes ou confusas. Aí existe aquela fase de dar adeus ao antigo modelo e entrar em contato com o novo. Ao assimilar propriamente um novo conhecimento entram em contato com novos métodos e dizem “olá” para o novo! Elas podem não querer continuar por acreditar que esse novo modelo não tem a ver com elas! Aí decidem se querem ou não, se vai se tornar um colaborador legal ou não, se vai querer ficar com você ou não.

É nesse momento que você participa dessa decisão. Vale a pena manter essa pessoa na sua equipe caso ela seja tão resistente ou demore muito a se decidir pela empresa ou por você?

2) quando falamos em entregar valor para o cliente e confirmar nosso modelo de negócio ou metodologia, estamos falando em competências organizacionais. É uma lista imensa de entrega de valor e confirmação de modelo: foco em resultado, foco no cliente, organização, criatividade, bom posicionamento, comunicação e por aí vai. Mas quem entrega essas competências? As pessoas!

Só que de maneiras diferentes, ou seja, cada um dos envolvidos precisa entregar o mesmo valor organizacional (competência da empresa)  em detrimento de valores comportamentais (competência da pessoa).

Cada colaborador precisa confirmar essas competências para que todos ganhem! Só que para isso um gestor precisa entender de gente e principalmente como é cada um da sua equipe. A isso chamamos de gestão por competências.

Um fato é que se pelo currículo se contrata, pelo comportamento se demite. O gestor precisa estar atento para esse fato e cuidar para que as diferenças se complemente e gerem resultados ótimos para todos e não sejam “guerra” onde um tenta impor sua visão individualmente.

Parece “bolo pronto”, “chavão”, mas é muito real. É só você pensar em seu dia a dia e o quanto de tudo isso acontece efetivamente entre você e sua equipe.

Uma pessoa faz melhor aquilo que faz sentido para ela e isso tem a ver com o estilo de cada um de fazer as coisas. Sob esse aspecto os gestores precisam criar um mecanismo de ter uma gestão com foco em competência, principalmente dos talentos da sua equipe e evitar se tornar refém daqueles que por ventura não queiram ficar. Uma boa solução é ter uma maneira de gerir o conhecimento dos seus talentos internos e treinar todo o resto da equipe.  É como a “passagem de bastão” ou “ceder a cadeira” para dar longevidade à construção da sua obra!

3) parece que existe uma tendência em dizer que quem manda não é legal e que mais legal é ser parceiro.

Existem alguns pontos sobre isso que vale a pena serem discutidos.

Primeiro, o gestor tem sim que orientar, participar, gerir e auditar! Isso é gestão. E, nesse sentido, ele passa de Líder a Chefe ou a comandante porque precisa ter a consciência de que o resultado acontece através dessas atuações de líder!

E, em se tratando de gerir uma equipe vale a pena investir em você mesmo.

Pensando nisso, você já se perguntou se você é o tipo de líder que você mesmo gostaria de ter ao lado? Você seguiria você mesmo em uma causa? Você sabe qual o seu perfil gerencial porque ao saber de você você aprende o outro é isso te prepara para ajustar-se às pessoas e fazê-las entender o que é preciso!?

Qual é a maneira com que você gerencia as pessoas ou se relaciona com elas? Você sabe? E o que os seus colaboradores pensam de você?

Então, saiba porque as pessoas não fazem as coisas e como ajudá-las, faça gestão por competência porque as pessoas fazem melhor o que faz sentido a elas e estude a si mesmo para ser reconhecido como um líder que as pessoas querem ter por perto!

Sua equipe vai perceber que você está alinhado com cada um e seus resultados virão!

Acredite!

Vamos em frente.