Horários flexíveis, benefícios mais atraentes e úteis, apoio ao modelo híbrido, familiaridade com a tecnologia são alguns dos itens que fazem repensar a forma de trabalhar.
Muitos gestores estão ainda tendo que lidar com suas crenças e receios: quando imaginaríamos que alguém não aceitaria uma proposta de emprego porque o trabalho não é remoto? Quando imaginaríamos que mais do que salário, o pacote de benefícios seria mais atraente? Em que momento o trabalho e a forma de trabalhar começou a ser questionado?
O fato é que o trabalho e a forma de trabalhar sempre foram questionados. Quem foi que disse que 8 horas diárias são suficientes para uma entrega de qualidade? O pacote de benefícios sempre foi um ponto atrativo para os colaboradores. Antes a satisfação dos colaboradores estava relacionada à remuneração, mas o cenário mudou para questões mais importantes como saúde (mental principalmente) e o equilíbrio entre vida e trabalho.
A reforma trabalhista de 2017 prevê que os benefícios não contam como salário e que essa é uma relação de ganha-ganha entre empregado e empregador. Aqui o grande desafio está em equalizar essa conta para garantir a satisfação do funcionário e manter saudável a receita da empresa. Vale refeição (VR), vale transporte (VT), Cesta básica (CB) e plano de saúde não são mais diferenciais entre as principais escolhas. Agora esse pacote básico precisa de novos atrativos: descontos em academia, psicologia ativa, auxílio ao pet, desconto em medicamentos e cultura, entre outros.
Não seria melhor então aumentar o salário e deixar o colaborador escolher como quer usar o seu dinheiro? A resposta é NÃO, porque salário e “grana” de benefícios são coisas diferentes, não somente na questão de impostos aos olhos da empresa, mas no efeito psicológico que o dinheiro expressa sobre o valor que um funcionário tem para a empresa. Complexo!
Aqui temos um ponto importante: entramos na era da experiência do colaborador (EX) e como temos que repensar as relações humanas num cenário corporativo. Um enorme desafio para o RH que precisa tentar compor o que faz sentido para os funcionários sem ferir os interesses empresariais. Um exemplo disso: Um professor que ministra várias aulas por dia, tem necessidades diferentes de um consultor de vendas; um gestor não precisa de VT, mas de combustível e seguro para o seu carro, e por aí vai.
A proposta é para a individualidade e não criar um “pacote” padrão, pois a tendência agora é pensar em contratos de trabalho diferentes e não iguais. A expansão de uma visão de contrato de trabalho apoiada em relações psicológicas e de marca empregadora, têm tirado o sono de muitos gestores que não estão sabendo lidar com esse novo pensamento empresarial e que exige incluir uma avaliação do efeito dessas ações sobre o clima e nas condições psicológicas que o ambiente de trabalho proporciona. Esse efeito multicultural vai além dos acordos trabalhistas!
Nossa, eu sei que você pode estar pensando: “fala sério, as pessoas não querem trabalhar, querem qualidade de vida, de boa vida de preferência.”
Não é bem assim e ficar discutindo o que agora é uma tendência, só gera desconfortos, desentendimentos e estresse.
Como sugestão, procure o que está em alta nas tendências de mercado. O mercado fitness possui um potencial gigantesco para mudar formatos e engajar cada vez mais as pessoas e, consequentemente, potencializar resultados, mas precisa aprender novas formas de se relacionar com o time.
Um abraço
Cris Santos